sábado, 31 de março de 2012

Estaduais 31 e 01/04/12

Alguns times grandes estão bem em seus estaduais e jogam fora de casa esse fim-de-semana. São nossas escolhas Oeste x Corínthians (1.72), Ituano x São Paulo (1.66), Pelotas x Grêmio (1.90), Boa x Cruzeiro (1.66).
A zebra da semana fica por conta de Macaé (3.80) x Vasco.

Academia de ginástica dá lucro?

Há vários aspectos que chamam a atenção no negócio das academias de ginástica que valem a pena alguns comentários.
Um atipicidade das academias é que praticamente não possuem custos variáveis. Ou seja, o seu custo varia muito pouco em função do aumento das pessoas atendidas. Você pode atender 20 sujeitos ou 200 e o seu custo será praticamente o mesmo. Sob esse prisma, pode parecer um dos negócios mais fáceis de administrar ou de entrar no mercado. Mas por trás dessa facilidade há enormes desafios. A concorrência é muito forte justamente por isso. Qualquer pessoa pode comprar os equipamentos e abrir uma porta entitulada de academia.
Há três custos principais: i) a manutenção, a depreciação e o custo de oportunidade dos equipamentos; ii) o aluguel e iii) os funcionários. Se você gastar R$ 200.000,00 em equipamentos, considere R$ 4.000,00 por mês para o primeiro item. Some R$ 3.000,00 de aluguel de um bom ponto, próximo da circulação da classe média, que é o seu público. E pelo menos R$ 12.000,00 de gastos com pessoal. Esse item é muito alto porque o período de operação das academias é muito longo — de 6h até 22h são 16 horas de funcionamento por dia. Naturalmente, são dois turnos de operação. Você precisa de ao menos dois funcionários por turno, que fazem às vezes de professores e secretários, num primeiro momento. Além disso necessitará de duas zeladoras, a não ser que você convença os faz-tudo professores e secretários a assumir ainda mais essa função. Supondo uma zeladora com salário mínimo e quatro professores/secretários ganhando dois e meio salários-mínimos, temos 11 salários mínimos. Multiplicando por dois para cobrir as despesas com tributos, benefícios e demais custos, temos 22 salários mínimos de custo — aproximadamente R$ 13.500,00. Fica patente que a concorrência pode reduzir esse custo com muita acochambração, ao não pagar custos trabalhistas, empregar parentes e amigos ou pessoas despreparadas.
Some R$ 1.500,00 para outras despesas (impostos, contador, água, luz, etc.) e você terá um custo fixo de R$ 22.000,00 ao mês. Com uma mensalidade de R$ 100,00 por mês, você precisará de pelo menos 220 alunos por mês, adimplentes, para atingir o equilíbrio. Não se esqueça que a inadimplência é alta em academias.
Cuide bem do design de sua academia. Contrate bons profissionais para isso. Ninguém quer frequentar um lugar feio, escuro e perigoso. Você precisa de um espaço bonito, limpo, muito bem iluminado e seguro. A contratação de pessoas certas para a montagem do ambiente é fundamental. Economizar nesse momento é uma péssima ideia, tendo em vista os altos custos fixos posteriores que você irá enfrentar todos os meses.
Afinal, academia dá lucro? Sim, se você conseguir equacionar corretamente o seu trabalho com o do restante do pessoal, se você tem um público potencial forte e baixa concorrência local e se tem um design e decoração profissional.

Juros futuros em baixa em abril de 2012?

As cotações de sexta-feira, 30/03/2012, trazem 8,91 para jan/2013, 9,53 para jan/2014 e 10,12 para jan/2015. Os juros futuros têm caído, sabe-se. O último impulso veio do Relatório Trimestral de Inflação, que confirma um IPCA baixo para 2012, de 4,4% e autoriza a expectativa de cortes da Selic.
O curioso é que o mercado já foi traído pelas palavras do Bacen um sem número de vezes na gestão Mantega. Mas nenhum analista arriscaria fugir da manada. A onda agora é acreditar que a Selic tem um piso, 9,0% ou 8,75%, garantido pela trava da rentabilidade da Poupança. E a curva reflete esse piso e a retomada do crescimento econômico forte.
Uma inflação selvagem parece-me fora de cogitação. Mas um crescimento baixo, conhecendo nosso Brasil, pode ser bem provável. Não tenho um modelo em minha gaveta, mas é difícil acreditar que o crescimento de 2012 e 2013 responderá tão precisamente às quedas dos juros.
E o que o governo fará com uma economia em pseudo-estagflação? Se o crescimento não responder mas a inflação ganhar poder inercial? É um cenário pouco provável, porque a inflação está cedendo, rapidamente.
Pra não ficar em cima do muro, acho que o piso pode ser 8,75 ou pra baixo disso.

Para onde vai o iene?

Quando o Padrão Ouro-Dólar acabou, em 1971, um dólar valia 308 ienes. Desde então o iene vem se valorizando. O par USD/JPY alcançou 76.72 em outubro de 2011. Diz-se que é pela tendência de valorização, além da qualidade institucional, é claro, que o iene é um porto seguro nos momentos de crise. Você põe seu dinheiro e, mesmo tendo juros baixíssimos, na hora da retirada você pode converter a um montante maior de dólares, graças a valorização. Foi assim nos anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. Nesse quinquênio, em todos os anos a moeda terminou valorizada. Olhando em perspectiva simplista, parece ter sido negócio fácil ter ficado vendido.
De qualquer forma, a oportunidade não é mais nítida. 2012 começou diferente, com forte afrouxamento monetário das autoridades japonesas. E não parece ser uma intervenção pontual, como de outras vezes. Agora é pra valer, como se diz. O iene saiu da casa dos 76 e foi para a casa dos 83. O problema para o investidor é que o iene parece estar se lateralizando nos últimos quinze dias. Dúvidas permanecem: será que o banco central japonês está satisfeito com a desvalorização de 10% ou busca mais? Será que os investidores ainda buscarão o Japão como porto seguro após a manifesta depreciação convicta do Nichigin? Na incerteza, o mercado de traders segue devidido, metade long, metade short.

terça-feira, 27 de março de 2012

Professores universitários ganham muito?

O debate se acirrou nos EUA semana passada, porque um conservador escreveu no Washington Post que os professores das universidades públicas ganham muito. O argumento é que, embora ganhem o equivalente a alguém com a mesma formação no setor privado, trabalham muito menos (ao invés de 50 semanas, 30, ao invés de 40 horas, 20, para resumir). Paul Krugman rebateu e choveram comentários.
Nossas universidades federais e estaduais são semelhantes às públicas norte-americanas. A diferença entre os países está nas universidades privadas. Lá fazem parte da elite, aqui, com exceções, do resto. Mas no Brasil temos um parâmetro muito mais concreto para avaliar o salário dos professores universitários de escolas públicas: o salário dos professores de faculdades privadas.
O salário de um professor doutor nas faculdades privadas fica em média de R$ 30,00 a hora. Um especialista ganha R$ 20,00 por hora. Com 8 horas/aula por semana, como nas públicas, um doutor ganha pouco mais de R$ 1 mil por mês. Com 12 horas/aula, seu salário aumentaria para R$ 1.600,00. Um professor doutor ganha, inicialmente, R$ 8.000,00 em uma universidade federal, para ter dedicação exclusiva — que na maioria das vezes não é levada a sério. Ou seja, ganha-se de 5 a 8 vezes mais.
Os professores públicos argumentam que as horas-aula são somente uma dentre as várias atividades de ensino, pesquisa e extensão que realizam. Mas nas faculdades privadas os professores também realizam essas atividades — igualmente precisam preparar aulas, corrigir provas e trabalhos. A pressão por publicar da mesma forma está presente, porque as faculdades privadas passam por avaliação com frequência e as publicações contam pontos. O chamado trabalho burocrático é pior nas faculdades privadas, por conta da maior exigência dos alunos, necessidade de atualizar sistemas informatizados e pelas constantes fiscalizações do MEC — algo que as públicas desconhecem. Afora tudo isso, o tempo efetivo em sala de aula é muito maior nas faculdades privadas, pelos calendários rigorosos e extensos e ausência de semanas especiais e hábito de faltas e atrasos enraizado nas públicas. Para agravar o contra-senso, são os ricos que estudam nas universidades públicas.
É um sistema desigual que não faz sentido e que o retorno para a sociedade é duvidoso. Dificilmente haverá mudança. Faz parte de nossa ineficiente institucionalidade.

Quando dar all-in em suas apostas

Nunca vá de all-in.
Li, em fóruns nacionais, muitos argumentando que um all-in de vez em quando é bom. Eu não tenho dúvidas, é sempre ruim. Apostar todo seu bank roll é a prova cabal de seu desequilíbrio enquanto apostador. Há quem diga que o tamanho das apostas só deve ser de 5% ou de 20%. Nos meus cálculos, é de aproximadamente 12%. Mas não é fácil cumprir com o pré-estabelecido quando se está perdendo. Quando estamos ganhando, é confortável apostar 12%, porque o nível absoluto da aposta cresce e nossa auto-estima e prazer com a jogatina acompanha o crescimento.
É gostoso sentir que o valor apostado aumenta: R$ 10,00, R$ 11,00, R$12,00 e assim por diante. Mas é muito penoso quando perdemos. É aí que necessitamos provar que temos dureza mental e confiar no caminho ótimo das apostas. É difícil porque vai contra a intuição e nossos instintos. Quando perdemos, queremos recuperar as perdas o mais rápido possível. Queremos nos livrar de uma situação que nos envergonha e ameaça nosso orgulho de vitorioso. Parece natural apostar mais para ganhar mais e com isso repor aquela aposta perdida.
Apostar mais após perder traz um erro adicional, além do mal gerenciamento da conta. Nosso desempenho varia ao longo do tempo. Se perdemos, isso pode significar que estamos em uma má-fase, talvez uma sequência de azares, mas possivelmente uma queda real de desempenho. Observe que queremos apostar mais mesmo quando os resultados podem indicar que não estamos bem. Ora, o correto nesses casos seria diminuir as apostas ou até deixá-las por um tempo, até que você recupere um estado de bom desempenho.
Se alguém adora os all-ins e não abre mão deles, a minha dica é que só o faça quando estiver numa fase excelente, com várias vitórias seguidas. E, mesmo assim, deve-se ter um objetivo bem concreto para o que fazer com o dinheiro ganho: por exemplo, uma retirada para comprar um computador novo ou o resgate total para o encerramento de uma temporada de apostas.

Carteira da Ativa em 26 de março de 2012

Saíram LREN3, CPLE6, PDGR3 e TIMP3. Ficou a TOTS3. Entraram ITUB4, PCAR4, LAME4 e CPFE3. As apostas em Pão de Açúcar e Lojas Americanas, em princípio, se deveram à extensão dos benefícios para os produtos de linha branca. O banco privado se justifica por seu potencial de valorização. A elétrica é uma aposta defensiva, assim como a Totus, que não cresceu muito no primeiro trimestre porque já estava valorizada, mas que não sofrerá tanto diante de uma forte correção do mercado. Enfim, as apostas da Ativa indicam forte cautela, talvez motivada por análise técnica do Ibovespa.

sexta-feira, 23 de março de 2012

A volta do câmbio administrado

Nosso ministro falou e o eco de suas palavras fez-se ouvir nos blogs neoliberais. Mais uma mantegada, disseram muitos. Como se fosse pecado admitir algo que de fato acontece. E nossos nerds não fizeram a lição de casa. Vários países intervieram no câmbio, nos últimos meses, direta ou indiretamente, o Japão, a Suiça, a Europa e os Estados Unidos. Os mecanismos de intervenção são os mais diversos, desde as tradicionais compras dos bancos centrais até as chamadas expansões quantitativas de moedas, cujo principal interesse é provocar desvalorizações na moeda. Para saber disso, basta ler a The Economist ou operar no mercado de forex. Pena que os neoliberais não estudam a história ou os fatos — seus modelos são auto-suficientes.
O câmbio administrado é uma realidade pós-crise. Em governos fortemente endividados, estímulos à expansão da demanda agregada pelos gastos governamentais não é possível. A atuação é pela política monetária. É isso que está acontecendo. E a política cambial, para países desenvolvidos ou com economia robusta, é apenas um capítulo da política monetária — situação bem diferente das economias pequenas em desenvolvimento, em que as políticas monetárias e cambiais estão em compartimentos diferentes.
Confesso que às vezes nossos desenvolvimentistas pecam por aplicar demasiadamente os modelos cepalinos para a diferente realidade de hoje. O discurso de Mantega parece, em certos momentos, confundir o mundo da escassez de divisas do século XX com o mundo dos enormes fluxos de capital internacional em circulação livre do século XXI.
A administração cambial envolve o dilema clássico da economia, inflação ou crescimento. A despeito de queixas neoliberais, no Brasil não é diferente. O pass-through é rápido e infalível. Se há algo que a inflação indexada ensinou aos empresários, é o repasse aos preços. Por óbvio, a inflação corrói o valor real da moeda e a depreciação almejada por medidas administrativas perde força em pouco tempo. Alguma vantagem, por certo, leva o setor exportador, mas não que compense o aumento da inflação. Por isso o governo almeja um câmbio flutuante com bandas, ou fixo com bandas, tanto faz a terminologia. Não pode baixar muito, mas nem subir muito. Melhor deixar como está — de R$ 1,60 a R$ 1,80 — do que fazer experimentos arriscados que possam por a perder o Palácio da Alvorada.




quinta-feira, 22 de março de 2012

Stop de Tempo

O stop de tempo ou time stop é a predeterminação de um horário no qual você fechará com lucros ou prejuízos. Estamos acostumados a pensar o stop a partir dos PIPS, mas é importante que você aprenda a pensá-lo a partir das unidades de tempo. O mercado nem sempre anda para onde você quer ou pensa que vai e você precisa de alguma medida para estabelecer quando é possível concluir que a tendência que apostou está errada ou quando os movimentos de mercado estão por demais voláteis ou aleatórios.
Por exemplo, estou comprado em um par e estabeleço que em uma hora irei fechar a operação. Você pode criar condicionalidades do tipo se em uma hora eu ainda estiver no negativo irei fechar o negócio e admitir que errei, mas se eu estiver positivo reavaliarei por quanto tempo ainda pode persistir a tendência. Você pode usar contadores de horas ou de dias. Por exemplo, deixo em aberto uma operação com USD/JPY por dois dias.
O stop de tempo também retira você de situações em que o mercado se lateraliza e você continua esperando uma tendência que não se efetivou. Nesses casos, vale a pena definir a priori o tempo necessário para se estabelecer que não há tendência e que se provou a lateralização. Se você não pré-estabelece esse prazo, é muito provável que no calor das emoções do trade não consiga bom discernimento. Além disso, o tempo gasto num mercado sem direção pode ser utilizado para atuar em outros mercados ou simplesmente para ficar fora, em posição neutra, esperando consolidar alguma posição potencialmente lucrativa.
Outra vantagem de se habituar com stops de tempo é você não virar escravo do forex, como acontece com tanta gente. Você pode escolher operar somente em um intervalo de tempo, fechando as operações quando chegar o horário combinado. Ou então você pode ir dormir tranquilo porque sabe que há um limite temporal de operação de seu negócio que não precisa ser trocado — nesse caso, a estratégia deve ser mesclada com um stop loss tradicional, por segurança.
O chato é que a maioria das corretoras e plataformas não oferece a opção de stops de tempo automáticos. É você que precisa planejar e executar manualmente as ordens de acordo com o tempo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Quantos PIPS devo usar no stop loss?

O costume é usar 30 PIPS. Mas o comportamento de manada pode trazer prejuízos. É preciso mais estudos para estabelecer o stop loss correto.
Não use stop losses muito curtos se você estiver lidando com pares de moedas exóticas, porque os spreads cobrados são maiores e tomariam um grande percentual de seus lucros potenciais se você opera em uma escala de valores tão diminuta.
Verifique a volatilidade de mercado usando os indicadores próprios (por exemplo, Bollinger Bands e Average True Range). Em mercados voláteis é difícil estabelecer com segurança alguma tendência e a aleatoriedade prevalecerá. Seu stop loss deve ser compatível com a volatilidade observada, para que a tendência possa lhe trazer lucros livremente, sem stops em razão de eventos aleatórios.
Não estabeleça stop losses menores do que take profits. Isso é contra-intuitivo, mas é estatisticamente correto. Se seus stops são mais justos e o mercado está andando aleatoriamente, é muito mais provável alcançar o valor mais próximo (do stop loss) do que o mais distante (do take profit). Na teoria é fácil falar. Na prática é dificílimo de executar, porque quando ganhamos dizemos que acertamos a tendência e quando perdemos dizemos que o mercado não tem tendência. Somos propensos a crer que a tendência continuará a nos dar lucros, daí a justificativa de estender os take profits.

A academia brasileira é mesquinha

Saiu no blog do Mansueto uma crítica à academia brasileira. Somos autocentrados porque não se pesquisam outros países. Nossos seminários estão mais para propaganda do que para trabalho conjunto. Nossos cientistas fornecem respostas ao invés de perguntas. O post ficou com cara de pergunta, por que somos assim?
Acho que as respostas seguem duas vias principais. Em primeiro, o brasileiro não gosta de ler nem de estudar. Os que o fazem, são esquisitos, nerds, excêntricos ou outsiders. E boa parte é mesmo assim, infelizmente. Em segundo, o Brasil é um país muito hierárquico e aqui a ciência torna-se duplamente hierárquica. Isso prejudica a emergência de bons pesquisadores e pensadores. Muita gente boa desiste no meio do caminho, por ver que o sistema universitário é corrupto e não é sério. Ademais, nossa ciência tem mais prepotentes e egocêntricos do que em outras praias e esses sujeitos não têm interesse em colaborações. Protegem-se em cargos públicos vitalícios, conquistados menos por méritos técnicos e mais por boas amizades dentro dos departamentos e muito puxa-saquismo.
Mudar não é fácil. Tente, enquanto aluno, pesquisar outro país — você não conseguirá orientadores e recursos, não publicará em revista qualquer e talvez nem entre num curso de pós-graduação. Tente organizar um grupo de pesquisa cujo interesse imediato não seja apenas agregar um maior número de publicações — as pessoas não verão sentido em tamanho desgaste de ter de se relacionar com seus pares. Tente admitir para pessoas comuns que você, enquanto cientista, tem mais perguntas do que respostas — amigos e familiares pensarão que você é maluco, doente, filósofo, mimado ou sonhador, afinal, as pessoas, para aguentar os estudos, têm de ter alguma vantagem.

terça-feira, 20 de março de 2012

Zebras na Copa do Brasil?

Na primeira fase, na classificação, não acredito. Amanhã vou de Grêmio (1.12) x River Plate, Palmeiras (1.12) x Coruripe, Portuguesa (1.16) x Cuiabá, Botafogo (1.14) x Treze e Coritiba (1.12) x Nacional.
Se quiser encarar uma zebra, fique de olho em Chapecoense x São Mateus (9.0 ou 2.75 incluindo empate). O confiante time capixaba pega uma equipe em má-fase no campeonato catarinense, mas as cotações não revelam isso.

Empresa de eventos esportivos amadores

Saiu no site da revista Entrepreneur o caso da Red Frogs Events. A empresa cria corridas que se assemelham a gincanas, com obstáculos e diversões, e promove em várias cidades.
Penso que as médias e grandes cidades precisam de empresas que cuidem dos eventos esportivos amadores. As pessoas querem competir no fim-de-semana e estão dispostas a pagar por isso. Mas a organização é trabalhosa. É preciso interagir com as autoridades públicas, recrutar equipes de apoio, organizar brindes e premiações e inscrever os participantes. O público é exigente e não quer um evento realizado de qualquer jeito. Os grandes patrocinadores, por sua vez, não querem se incomodar em ter de arcar com a organização dos eventos.

Água mineral dá lucro?

Há oportunidades no setor de água mineral para micro e pequenos empresários. Pense no setor a partir de duas áreas distintas: produção e distribuição.
Na produção os investimentos variam de R$ 200 mil a R$ 1 milhão. O processo de outorga da lavra e de licenciamento é lento e custoso, podendo levar mais de dois anos. Com a papelada em mãos, é preciso do maquinário, que também não é simples (lavadora, enxaguadora, câmara germicida, enchedora, rotuladora, tampadora e transportador de vasilhames). Embora a matéria-prima principal venha de graça, manter em operação a indústria não deixa de ter um custo alto. A concorrência é muito forte, com diversas empresas grandes no ramo que controlam os principais canais de distribuição e com empresas pequenas que vendem água falsificada.
Na distribuição há oportunidades para micro-empreendedores, que atuam localmente, no bairro. Também é possível distribuir águas minerais em garrafas para bares e restaurantes, se o produto tiver qualidade e bom preço. Há muitos fornecedores que necessitam de bons distribuidores em diversas regiões.
O consumo de água mineral é crescente no Brasil. A percepção da baixa potabilidade das águas encanadas é bastante difundida e, com aumentos de renda, as pessoas passam a comprar água mineral para consumo doméstico. O consumo em bares e restaurantes enfrenta concorrência de outras bebidas, mas a preocupação com a saúde e uma boa dieta abre margem para o crescimento das vendas.

Qual título do Tesouro Direto é o melhor em abril de 2012?

NTN-B, LFT ou LTN? Vamos tomar como referência um título com vencimento em 15 de maio de 2015. A NTN-B pagará 4,3% ao ano mais o IPCA. No Relatório Focus de 16/03/2012 consta uma mediana para a projeção do IPCA para 2012 de 5,3% e 5,5% para 2013. Para o período, podemos considerar uma inflação média projetada de 5,4% ao ano. A rentabilidade nominal, portanto, seria de 9,8%.
 A LTN pagará aproximadamente 10,6%. A diferença de 0,8% para a NTN-B é o prêmio dado pela prefixação da inflação.
Ainda no Focus, a Selic é projetada a 9% na virada de 2012/13 e 10% em 2013/14. Para o mercado, a Selic de 2013/14 era de 9,75% — um pouco abaixo da opinião dos analistas econômicos. Para 2014/15, a taxa ficou em 10,37%. Interpolando os valores, temos aproximadamente uma rentabilidade da LFT projetada em 9,8%. É interessante notar que não há prêmio pela prefixação da taxa de juros, apenas para a prefixação da inflação. Nesse sentido, não valeria a pena escolher as LFTs e aumentar o risco.
Entre LTN e NTN-Bs eu fico com a LTN. O Banco Central dificilmente trairá sua ata — precisa recobrar a reputação em dúvida dos últimos meses. Aumentos nas taxas de juros, a não ser que haja mudança nas cabeças da condução da política econômica, estão descartados. Uma inflação persistente acima de 6% trará lembranças da força do componente inercial e serão tomadas providências — 5,5% já é uma inflação alta, para um governo que sabe como se reeleger.

Balanço do Tesouro Direto de fevereiro de 2012

Sexta-feira foi divulgado o balanço de fevereiro de 2012. A distribuição das compras foi 5,4% de LFTs (Selic), 29,0% de prefixados (LTN e NTN-F) e 65,6% de indexados ao IPCA (NTN-Bs). Há muito tempo que o povo vêm rejeitando as LFTs, mas agora a rejeição está acentuada. Há muitas informações na imprensa de que a taxa Selic irá cair e isso certamente influencia um número grande de investidores. De qualquer forma é curioso ver que o título mais conservador e seguro é o menos preferido. E 56,1% dos investidores tem comprado títulos com prazo maior do que 5 anos — tal peso ocorre em razão da grande percentagem das NTN-Bs.
Em fevereiro e março, a voz do povo bateu o mercado, sem dúvida, ao se proteger nos títulos indexados e prefixados de uma queda mais acentuada na Selic.

Carteira da Gradual em 19 de março de 2012

A carteira da Gradual vale para a semana, mas é extensa. Mesmo com muitos ativos, no ano foi superior ao Ibovespa. Mescla bluechips (VALE5, PETR4, BBAS3, BISA3 e TNLP4), que geralmente são mantidas, com mediumcaps (EVEN3, MGLU3, SULA11, ETER3, EUCA4, SLED4, SLCE3).
A carteira está muito bem equilibrada.  As construtoras podem responder positivamente à queda da taxa de juros. A Agrícola pode aproveitar uma possível retomada das commodities alimentícias. Sul América possui bons indicadores fundamentalistas.
Tenho minhas dúvidas quanto à Magazine Luiza, mas para o curto prazo, junto à Saraiva, podem ser uma boa aposta perante uma possível extensão da crise de qualidade da BTOW3. E não tenho certeza da Telemar, mesmo com a expansão da banda larga e da televisão por assinatura.

domingo, 18 de março de 2012

Ovo de Páscoa dá lucro?

Sim, vale. Um quilo de chocolate em barra custa de R$ 10,00 a R$ 20,00. Um quilo de ovo de chocolate custa de R$ 50,00 até R$ 100,00. O fator para você multiplicar e achar o preço é de 5 vezes. Se você vender 50 ovos de R$ 20,00, conseguirá um faturamento de R$ 1.000,00. Os custos serão de R$ 300,00, para a matéria-prima, as formas e a embalagem. Sobram R$ 700,00 de remuneração por seu trabalho e de lucro.
O mais difícil é você acertar a qualidade desejada por seu público consumidor. Consulte as pessoas. Se elas querem opções mais baratas, use matérias-primas mais em conta. Se elas querem o seu ovo porque dão valor para o aspecto artesanal, prefira as barras de chocolate de marcas de qualidade indiscutível.
Não se esqueça de fazer os ovos em um único momento, gastando o menor tempo possível. Fazer aos poucos aumentará muito o custo implícito dos ovos, porque seu trabalho precisa ser remunerado.
Pense em fazer etiquetas que possam ser coladas na embalagem. Etiquetas são baratas de se fazer e facilmente irão identificar o seu produto. Se o ovo for bom, as pessoas certamente lembrarão no ano seguinte.
Monte uma rede de distribuição entre amigos, vizinhos e colegas. As pessoas precisam presentear seus entes próximos e por vezes querem evitar as filas de Páscoa nos mercados. Se você oferecer uma solução fácil — como entregar na porta do cliente — e um produto de qualidade seu negócio deve prosperar.

Quem vencerá a Bundesliga de 2012?

As cotações são Borussia Dortmund (1.50) e Bayern de Munique (2.50). Muito atrás estão Borussia Monchengladbach (41.0) e Schalke 04 (67.0). Temos oito rodadas pela frente e o Dortmund está 5 pontos a frente do Bayern, oito do Monchengladbach e nove do Schalke 04. Os dois primeiros irão se enfrentar na casa do Dortmund em 11 de abril e é bem possível que o vencedor da partida leve o título. Pesa contra o Borussia Dortmund enfrentar adversários mais difíceis do que o time de Munique. E o Bayern possui uma equipe melhor, que está provando um entrosamento muito bom. Fico com o Bayern.

Estaduais 18 de março de 2012

Nossas top picks. No mineiro, Caldense x Cruzeiro (1.53), pela fraqueza ofensiva do time serrano. No gaúcho, Veranópolis x Grêmio (combinada empate (35%) 3.30 e vitória (65%)1.85), porque o time da capital não pode mais brincar em serviço. No paranaense, Roma e Atlético (1.33), mesmo com o rubro-negro meia-boca. No carioca, Friburguense X Flamengo, menos de 4.5 gols (1.10), pelos desfalques. E no paulista, Comercial x Corínthians (1.57).

ATP Indian Wells Final

John Isner surpreendeu e chegou à final. Foi a primeira vez que derrotou um primeiro do ranking. Joga no piso duro, seu preferido. Das oito vezes que chegou às finais, seis foram em pisos duros, que favorecem seus saques e forehands. A cotação para o americano é 5.0, enquanto para o Federer é 1.18. Prefiro o suíço, mesmo com a cotação baixa. Com a queda de Nadal e Djokovic, seus competidores, o tenista fã do Basel jogará tranquilo.
A dificuldade é se prever o impacto da torcida favorável ao jogo de Isner. Quem acredita no americano, prefira apostar com handicap, Isner +4.5 (1.57) no total de games.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Meta de crescimento no Brasil é possível?

O Brasil resolveu copiar o discurso da China e estabelecer uma meta de crescimento. Na minha época de colegial, processo semelhante a gente chamava de aprender por osmose — quando o aluno ruim, sem ter estudado de fato, senta do lado do aluno bom pra ver se absorve os conteúdos da matéria telepaticamente.
Não basta boa vontade para se ter uma meta de crescimento. A China pode estabelecer tal meta porque grande parte das decisões de investimento estão nas mãos do Estado e possuem fortíssima influência no crescimento do PIB. No Brasil, as decisões de investimento estão nas mãos do setor privado e não é o governo que decide quando um empresário investe ou produz mais — depende, por óbvio, de uma série de fatores. Ademais, nossa taxa de poupança/investimento é baixa. Embora nosso governo seja robusto, sua capacidade de investimento é muito limitada, como sabemos, porque nossas receitas são para custeio e juros.
Taxas de crescimento possuem limite superior, dado pelos recursos que podem ser utilizados (mão-de-obra, capacidade produtiva, tecnologia, recursos naturais). Mas não possuem limites inferiores — diante de crises, podem ser negativas em percentuais altos.
Em princípio todas as economias querem crescer o máximo possível no longo prazo. Só faz sentido uma meta se você quiser limitar seu crescimento no curto prazo — para não aumentar a inflação exageradamente ou não provocar capacidade ociosa que possa prejudicar a trajetória de crescimento de anos vindouros. Ora, não estamos no conforto chinês de podermos limitar o crescimento — não fazemos nem ideia do que é isso.
Esperemos para ver qual engodo o governo irá usar para dizer que está perseguindo sua nova meta econômica.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Rumos da crise

A crise está muito mais difícil de interpretar hoje do que há um mês atrás. Em princípio, ao menos no curto prazo a dívida grega foi negociada e o default parcial aceito. Nem por isso o euro se animou. Está em 1.31 (EUR/USD). Mas o mercado continua segregado: metade comprado, metade vendido. Não sei quais fundamentos teríamos para uma valorização espontânea do euro.
Na China é hard landing. Se os indicadores derem continuidade à tendência, sofrem BRL, CAN e AUD. No lado japonês, melhor é ficar de olho nas oportunidades de rebote da desvalorização do iene. Quanto à GBP, esperemos para ver se "cola" os anúncios de que perderia seu grau de investimento. Não temos visto ataques à libra, mas tudo é possível.

Apostas no Zamora

O Zamora é o pior time da Libertadores 2012. Com certeza não passará da primeira fase. As cotações para que seja campeão são de 1.000 para 1. Mas nem por isso é fácil apostar contra o venezuelano. Em 14/02/2012 o Boca Juniors não passou de um empate de 0 x 0. Ontem o Fluminense teve dificuldades para marcar seu golzinho de três pontos — teve de reforçar o ataque, com he-man e cia.
Quem gosta de lutar pelos fracos e oprimidos, Zamora (+2) é uma boa aposta nos jogos em casa contra o Fluminense (29/03/12) e o Arsenal portenho (10/04/12).

Barcelona campeão da Champions 2012?

O sorteio das chaves só sairá amanhã. Mas há somente três favoritos, Barcelona (2.1), Real Madrid (3.5) e Bayern de Munique (6.5). A probabilidade do Barcelona ser campeão é de aproximadamente 45%. Talvez valha a pena pegar essa cotação do Bayern alta, agora, antes do sorteio. Se o time alemão encarar adversários pesados nas quartas e semi, a cotação não irá subir muito, mas poderá cair bastante se sua missão se der em terras francesas ou cipriotas.
O inverso vale para o Barcelona, inelástico para quedas, mas elástico para altas. Melhor esperar a sexta-feira para apostar no catalão.

Quando a intuição vale mais do que as probabilidades

ATP Indian Wells 2012. Belucci e Federer. O brasileiro vence o primeiro set em 6 x 3. O segundo set está equilibrado, 4 x 4. As cotações são 7.00 para Belucci e 1.10 para Federer. Minha vontade de apostar no brazuca era enorme. Além de poder torcer para o conterrâneo, seria um retorno financeiro e tanto.
De olho na matemática, fiquei de fora das apostas. Mas só por um minuto. Meu raciocínio não se baseou em números, mas que geralmente atribuímos à intuição. Belucci não iria ganhar aquele jogo nunca. Sua maior deficiência é a falta de dureza mental. Justamente o atributo que Federer tem de sobra. O suíço não tem o heroísmo de Nadal, ou jogo regular de Djokovic, mas psicologicamente é imbatível.
Apostei em Federer e esperei, com tranquilidade, em minha poltrona, o momento em que Belucci começou a amarelar e o jogo desandou.
Depois de erroneamente apostar contra Nalbandian, que segue firme na competição, recuperei minha auto-estima de apostador às custas de Belucci. Acho que o brasileiro precisa, urgente, de melhor preparo físico e psicológico. É tão difícil para ele manter a concentração que se cansa após o primeiro set. Melhor resistência física e um preparo psicológico de boa qualidade poderiam levá-lo aos dez primeiros do ranking, em minha leiga opinião.

terça-feira, 13 de março de 2012

Summers e a crise do capitalismo

Em coluna no FT, Current woes call for smart reinvention not destruction, Lawrence Summers argumenta que estamos passando uma fase de transição no capitalismo, para um mundo pós-industrial, com deslocamento de empregos para áreas como educação e saúde, aumento nos preços relativos dos serviços e incapacidade de manter as mesmas redes de proteção social.
Ficou caro manter os mesmos benefícios de sempre para todos. A direita se esquece desse argumento. A esquerda não quer lembrar. O preço da saúde e da educação não mudaram somente pelo aumento do valor dos serviços, como aponta Summers, mas porque se aperfeiçoaram também.
Há cem anos atrás os cuidados médicos se restringiam à demanda por leitos e doutores. Hoje são exames sem fim, scanners, monitores, mini-câmeras, stenters. Ninguém observa que talvez as sociedades não sejam tão afluentes a ponto de poderem disponibilizar tais tecnologias a todos. É a mesma coisa que disponibilizar para a população inteira casas de quatro quartos, piscinas térmicas, SUVs e televisões gigantes — isso todos sabem, inconscientemente, que é impossível.
A verdade é que não sabemos lidar com limitações de recursos em saúde. E, ao longo do tempo, desaprendemos a lidar com limitações no consumo de comida, energia e educação. Sabemos limitar a compra de bens de consumo duráveis, mas esses estão cada vez mais baratos e nossa sabedoria de economia doméstica já não tem mais tanta relevância.
Os problemas do capitalismo não se restringem mais à macroeconomia. As soluções do keynesianismo são limitadas e obsoletas, despreparadas para nossas realidades pós-industriais. As soluções do neoliberalismo são politicamente inviáveis. Enfim, o que Summers obviamente não viu porque não quis é que a nova importância dos setores de saúde, educação e energia fortalece a emergência de pós-socialismos.

Carteira da XP de 12 de março de 2012

Interessante as escolhas de nossa maior corretora: PETR3, BRML3, OGEP3, VALE3 e AMBV4. Os analistas acreditam no reajuste do preço dos combustíveis. Eu não duvido, mas sou cético. Aumentar o preço da gasolina é uma das decisões mais impopulares de um governante. Teria de ter um benefício muito urgente, que eu não enxergo. Por certo, é batalha de bastidores, que vazou para o mercado.
A aposta em VALE3 segue firme, mesmo com a China engasgando. AMBV4 é a escolha de que os bons resultados divulgados ainda não foram totalmente precificados. BRML3 é aposta no varejo e apostar no varejo, em tempos de volatilidade internacional, é um porto seguro. OGEP3 (Queiroz Galvão) é a preferida no concorrido mercado de ações de construtoras.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Carteira da Concórdia em 12 de março de 2012

A carteira de dividendos ficou com BBAS3, TBLE3, TRPL4, GOAU4 e GETI4. Peso muito forte da energia elétrica (TBLE3, TRPL4 e GETI4), com alta exposição ao marco regulatório. Mas nossas carteiras dividendos há tempos estão assim e tem sobrevivido tranquilamente. BBAS3 é boa, mas GOAU4 dificilmente alcança sustentavelmente o dividendo projetado pela corretora (5,8%).
A carteira Valor da corretora inclui DTEX3, ALLL3, RAPT4, POMO4 e GGBR4. São ações com perspectiva de crescimento de longo prazo, segundo a corretora. Os maiores upsides projetados são para DTEX3 (94,3%) e ALLL3 (80,8%). Não vejo tanto espaço para expansão da já cara ALLL3. E DTEX3, atuando em setores com forte concorrência, dificilmente conseguirá aumento de lucros ou de mercado que justifique tal upside — ainda assim, é uma boa ação, reconheçamos.
A carteira Ibovespa ficou com LREN3, ITUB4, USIM4, PETR4, VALE3. As corretoras tomaram pau com a Vale semana passada e a mantém agora, continuando a mesma aposta teimosa do minério de ferro. Vamos torcer juntos.

Taxas cobradas pelas corretoras no Tesouro Direto

Todo mês o site do Tesouro Direto atualiza as informações concernentes à cobrança de taxas pelas corretoras e bancos que operam os títulos. Acompanho há mais de dois anos e não vejo mudança significativa nas taxas cobradas. É engraçado ver como coexistem taxas tão diferentes.
Somente seis entidades não cobram taxa: Daycoval, Banif, Convenção, Socopa, Spinelli e Título. A grande maioria das corretoras cobra algo entre 0,2% e 0,5%.
Os dez maiores compradores são: BB (cobrando 0,5%), Banif (0,0%), Ágora (0,23%), Itaú (0,5%), Socopa (0,0%), Bradesco (0,5%), CEF (0,4%), HSBC (0,3%), Spinelli (0,0%) e Santander (0,4%).
Inúmeros estudos mostram que os investidores são preguiçosos e procrastinadores quando o custo de uma decisão é muito baixo no curto prazo, mesmo sendo alto no longo prazo. A tendência é a pessoa adiar o ajuste necessário. Isso explica, em grande parte, porque as pessoas aceitam pagar de 0,3% a 0,5% em seus bancos de varejo ao invés de emigrarem para uma corretora. Cobrar caro tem sido uma boa estratégia para as grandes entidades no mercado financeiro.
Algumas corretoras, de certa forma, tentam usar a mesma saída: cobrar relativamente caro (mas deve ser mais barato do que os bancos), apostando que o investidor não vai trair sua fidelidade. É a aposta da Ágora, que tem sido bem sucedida. Sendo, possivelmente, a maior corretora do país em volume operado (faltam-nos dados mais precisos porque a BM&FBovespa não divulga novidades), leva o terceiro lugar no Tesouro Direto.
A boa notícia é que uma ampla gama de investidores é racional e está ciente dos custos no longo prazo das taxas de corretagem. Isso pode ser confirmado pela boa posição no ranking de agentes como a Banif, a Socopa e a Spinelli, e pela ausência de nomes como Ativa e a XP.

sábado, 10 de março de 2012

Quem será o campeão da Premier League 2012?

As cotações são Manchester City (1.8) e Manchester United (2.0). O Manchester United enfrentará adversários mais fáceis daqui pra frente — o único jogo difícil será contra o próprio Manchester City. Já o City terá de encarar os motivados Chelsea, Arsenal e Newcastle em busca de vagas nas ligas europeias. Ademais, o momento do United me parece melhor e jogará mais tranquilo daqui pra frente, porque a pressão está em cima do City.

Estaduais - 10 e 11 de março

Fico com Santa Cruz x Inter (2.10), Grêmio (1.72) x Novo Hamburgo, Bangu x Botafogo (1.44) e Corínthians (1.14 incluindo empate) x Guarani — mesmo com o Timão entrando com reservas. No mineiro, America de Teófilo Otoni x América MG (1.2 incluindo empate).
São Paulo não me convence, Palmeiras está pagando pouco para um jogo potencialmente difícil com o Botafogo SP e o Santos é imprevisível com o time de reservas. O clássico carioca também é desconhecido, tendo em vista a atuação dos reservas em ambos times.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Carteira da Coinvalores para março de 2012

A carteira de dividendos ficou com ECOR3, CIEL3, MYPK3, TBLE3 e CSMG3. Os setores estão bem diversificados, o que é bom, mas todas têm em comum a dependência do marco regulatório brasileiro e das estratégias governamentais. MYPK3 está com o preço bombando e tenho dúvidas se é a melhor ação para recomendar para alguém que busca dividendos. Ademais, MYPK3 paga em torno de 2% de dividendos — nessa faixa de ganho há várias empresas disponíveis com melhores modelos de negócios e em setores mais promissores no longo prazo.
A carteira recomendada normal tem 18 ações diferentes. Ficará próxima do Ibovespa. Mas é um bom filtro, separando o que vale a pena daquelas ações muito caras ou arriscadas. As sugestões são: BRFS3, JHSF3, PETR4, VALE5, GGBR4, CSAN3, ITUB4, BRML3, CSMG3, ECOR3, JSLG3, EZTC3, RADL3, MILS3, MPLU3, CIEL3, TNLP4, TBLE3.

Carteira da SLW de março de 2012

É a carteira de perfil dinâmico. Apostas no mercado interno com CIEL3, RADL3, RENT3, NATU3, BBDC4, defensivas como ELET3, CPLE6, CCRO3, além de EMBR3, BRFS3 e MYPK3(Iochpe Maxion). Para essa última, argumentam que o setor ferroviário deve se aquecer no país.
EMBR3 não me convence, porque pode ser arrastada pelo mau desempenho das demais aéreas, aqui e afora. BBDC4 pode surpreender e ter desempenho melhor que seus pares de bancos. RENT3 é uma boa escolha, porque resiste a quedas. ELET3 e CPLE6 tem indicadores atrativos. Não sou simpático à NATU3, mas como todo mundo recomenda, é difícil imaginar que não se sustente. BRFS3 cresce sustentadamente. CIEL3 parece amada por todos. CCRO3 já me parece cara. Por fim, MYPK3 aumenta muito fortemente, o que me trás suspeita — tem pinta de ação de day-trade e torna indispensável programar um stoploss bem pensado.

China x EUA

Polêmica, no mínimo, a ideia de Gary Becker e Richard Posner de que o crescimento futuro da China é incerto e que nada garante que ultrapassará a economia norte-americana. No fundo, parecem querer dizer que a China não será maior do que os EUA. E os comentários fanáticos ufanistas de seus seguidores seguiram tal linha.
Os argumentos passam pela fraqueza do setor comercial, a ineficiência das empresas estatais, as falhas no setor financeiro, a instabilidade política e a legislação frouxa.
Os argumentos, exceto pela suposta inépcia do setor comercial, que é abobrinha sem tamanho levando em consideração os mil anos de comércio dos chineses, são razoáveis. Mas a matemática é péssima. Na pior das hipóteses a China será um país de renda média nas próximas décadas, semelhante aos países da América Latina e à África do Sul. Mesmo assim, terá ultrapassado a economia norte-americana ou ao menos empatado, pelo tamanho de sua população.
Mas eu aposto na China e nos países do sudeste asiático. Acho que os argumentos negativos ao crescimento sustentado são exagerados. A instabilidade política não tem sido ruim para os negócios, diferente de países árabes, latinos e africanos, por exemplo. O chinês típico está preocupado demais em como ganhar dinheiro e não quer se incomodar com seus políticos. Um setor financeiro ruim é contornável: o Brasil é a maior prova disso — conseguimos crescer de forma mágica, praticamente sem alternativas de financiamento de longo prazo internas. Uma legislação frouxa nunca foi empecilho para o enriquecimento — as redes sociais e as relações de confiança criam suas próprias regras. Restam somente as empresas estatais. Mas tenho dúvidas se são tão ruins e ineficientes quanto às estatais ocidentais ou às gigantes privadas monopolistas fortemente sindicalizadas.
Por outro lado, os argumentos favoráveis à China são muito fortes. O mercado interno será o maior do mundo, por óbvio, e sabemos que isso faz diferença no longo prazo. Do ponto de vista geopolítico a China está no centro do planeta, enquanto os EUA estão na periferia. A legislação, o estado e os sindicatos não engessam tanto os negócios como no ocidente. O povo chinês já nasce capitalista — um jovem chinês está concentrado em se destacar nos negócios, enquanto um adolescente norte-americano se perde em atividades culturais e esportivas.
O que a China não tem e nunca terá é a cultura ocidental. O quanto essa cultura fará falta para os avanços tecnológicos, a indústria de ponta e as inovações é difícil prever. Talvez fique atrás dos norte-americanos em termos de PIB per capita. Mas em PIB absoluto a discussão me parece encerrada.


Restaurante dá lucro?

Restaurante é um dos negócios mais populares entre os microempresários. A principal razão para isso é a ausência de barreiras à entrada significativas, ou seja, qualquer um pode abrir um restaurante, quando quiser. Se será bom ou ruim, daí é outra estória.
Mas os desafios são enormes. Em grande parte em decorrência de nossa cultura. As pessoas gostam de almoçar em restaurantes por quilo ou buffet, mas gostam de jantar em restaurantes diferentes — lanchonetes, pizzarias, redes de fast-food, orientais ou gourmets. Isso prejudica o empresário e a economia, porque exige dois espaços diferentes para atender o almoço e o jantar. Poucos são os restaurantes que conseguem bom público tanto no almoço como na janta. Via de regra, é um ou outro, e o resultado é um espaço ocioso ao meio-dia ou a meia-noite.
Para um buffet, ponto de partida do empreendedor, conte pelo menos R$ 10.000,00 de despesas mínimas e custos fixos. Algo como R$ 2.000,00 de aluguel, R$ 5.000,00 de despesas com quatro funcionários registrados e R$ 3.000,00 para outras despesas e custos fixos (telefonia, água, gás, publicidade, impostos, automóvel, depreciação, conservação do imóvel, contabilidade, etc.). Considere 2/5 do ticket médio (o gasto de cada cliente) como custos variáveis. Calcule 24 dias úteis ao mês, para retirar domingos e feriados.
Se cada cliente gasta R$ 13,00, R$ 6,00 vão para os custos variáveis. Sobram R$ 7,00 por cliente. Você precisará vender 1.430 refeições para pagar as despesas e os custos fixos — aproximadamente 60 refeições diárias. O lucro e o seu pró-labore só virá após essas 60 refeições.
Dicas:
— Evite investimentos altos para os restaurantes do tipo buffet.
— Note que restaurante num espaço muito pequeno não dá lucro. As pessoas comem ao mesmo tempo no Brasil. Elas querem chegar, sentar e comer no almoço, sem perder minutos. O espaço precisa ser grande o suficiente para você conseguir, por exemplo, alcançar 100 refeições diárias.
— A localização ideal é próximo dos locais onde as pessoas trabalham ou circulam. Em zonas residenciais, só leve em conta as adensadas (com muitos prédios).
— Conheça o público. É comum o erro de servir comida sofisticada para quem quer comida simples e vice-versa.
— Acerte o preço. Resista a ideia de baixá-los para vencer a concorrência. Em geral é um tiro no pé. Se a comida for boa as pessoas voltarão, mesmo tendo de pagar um prêmio por isso. Mesmo se a comida for meia-boca elas voltarão algumas vezes, para poder variar.

Quais são os riscos no mercado de Forex?

O maior risco é de sua corretora ou operadora não cumprir com o prometido ou usar sistemas que prejudiquem os clientes. Há várias maneiras dela fazer isso. Começa com a conta de demonstração, que é bloqueada após algum tempo de uso, forçando o indivíduo a abrir uma conta real. Não concordo com essa prática, porque aprender a operar forex com desenvoltura leva tempo e algumas pessoas demoram mais que outras. Uma corretora séria, ao meu ver, deixa você operar sua conta demo quanto tempo você quiser.
Há outro problema com as contas demo. Muitas delas não refletem as cotações reais. A operadora pode simplesmente dar uma mãozinha para o cliente para que ele passe a ganhar dinheiro. Depois que ele passar para o mercado real, nota que é mais difícil.
As operadoras desonestas podem manipular em algum grau as cotações reais, produzindo atrasos quando convém e piques e repiques nas cotações que executam suas ordens de parada de perdas (stoploss). Se você ganhar dinheiro, as operadoras desonestas podem dificultar sua retirada, para estimular que você continue apostando até falir em algum momento. Na pior das hipóteses, muitos simplesmente não devolvem os recursos.
É essencial, portanto, escolher uma corretora idônea.
Além disso, mesmo numa corretora séria, há enormes riscos no forex, como se sabe, em razão da alavancagem e da imprevisibilidade dos mercados cambiais. Ações, em geral, têm tendências crescentes nos preços. Moedas não. A análise técnica não "cola" em forex como nas ações.
O maior risco de todos, no entanto, provém da ignorância do investidor. Taxas de alavancagem muito altas (acima de 50) quase garantem a falência do investidor em algum ponto no tempo. Nesse caso, invista aos poucos, até aprender com solidez a alavancagem mais adequada.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Inteligência e bons investimentos

Excelente artigo no NYT de Robert Shiller. Cita artigo no Journal of Finance. Pessoas mais inteligentes (mesmo controlando renda e educação) diversificam mais seus portfólios e investem mais em ações. Na escolha das empresas, preferem as menores (small caps) ou com com P/VP menores. Pessoas inteligentes tendem a aplicar as regras básicas do investimento bem sucedido com maior frequência.
Mas não é somente a esperteza financeira que vincula tais ações, pondera Schiller. É a confiança. "Saber em quem confiar, ou se apoiar naqueles que são de confiança, é em si um aspecto da inteligência." Mais adiante, "o investimento bem-sucedido requer que julguemos outras pessoas, e se apoia na habilidade de desenvolver um bom modelo da mente das outras pessoas. Requer que coloquemos em perspectiva a recente raiva retórica contra Wall Street e entendamos que, enquanto algumas críticas são certamente justificáveis, outras são com certeza exageradas".
Vemos muitas sacanagens no mercado acionário, de títulos e de investimentos em geral. Ser sacaneado é uma preocupação de todos, independente da inteligência, renda ou educação. Mas conseguir buscar alternativas mais seguras, mesmo em um contexto de insegurança, é sinal de inteligência. Tanto o governo como as instituições que cuidam dos investimentos deveriam se dedicar mais em estabelecer bons graus de confiança. Os benefícios se estenderiam a todos.

terça-feira, 6 de março de 2012

Salário de craques, salário de CEOs

Kenneth Rogoff discorreu sobre Jeremy Lin, o novo craque da NBA. Ele acha estranho que o público ache normal salários de craques, enquanto não aceita salários altos para os CEOs e financistas. Disse que a decisão de um CEO, em frações de segundo, tem fortes impactos, assim como de um astro. Até aí tudo bem.
Mas o público não é burro, Dr. Rogoff. Por mais malvado que seja um craque (Rogoff cita Zidane e nós poderíamos lembrar de nossos astros com metralhadoras e travestis), ele não é corrupto no jogo, não há como sê-lo. Há transparência total na ação de um craque. Basta ligar a televisão e assistir. Quem quiser avaliar se Neymar vale o que pesa basta assistir um jogo do Santos.
A vida no mundo dos negócios é muito diferente. Há imoralidades aos montes. Não há transparência qualquer, pelo contrário, a transparência é barrada por todos os lados. As decisões são obscuras. Os méritos são duvidosos e o que impera são as trocas de favores.

O preço da gasolina deve aumentar?

Até os economistas republicanos, como G.Mankiw, estão aceitando a ideia de aumentar os impostos sobre a gasolina. Mas os políticos, mesmo os democratas, barram a ideia.
Poucas decisões em economia são tão impopulares quanto aumentar o preço da gasolina. Vide a Nigéria, a Venezuela e outros exemplos mundo afora. Nosso governo de esquerda adora os impostos, mas não mexe na gasolina. A perda de popularidade percorre todas as classes sociais.
Mesmo os ricos, no Brasil, gostam de economizar no combustível. Compram carros de cem mil reais e se preocupam se o motor não é gastador. Embora as ruas ficassem mais vazias, a despesa do posto seria mais dolorosa. Parte da classe C teria de voltar a andar de ônibus, um pesadelo para muitos. E os pobres abandonariam de vez seus carros sucateados.
É perder votos por todos os lados. Há quem diga que ganharia votos dos ambientalistas. Mas nossos verdes andam de SUVs e não de bicicletas.

Carteira da Técnica Assessoria de março 2012

PETR4, VALE5, ITUB4, GGBR4 e RDCD3. É a carteira moderada, como dizem. Muito aço pro meu gosto. E Redecard não sei se ainda é a melhor opção para surfar nas ondas altas do mercado interno.
Simpática é a carteira arrojada: Eucatex EUCA4, OGXP3, Odontoprev ODPV3, EZTC3  e Direcional DICC3. A carteira, lembre-se, é a mesma do mês anterior. Euca e as construtoras são ações ainda baratas. Odontoprev é uma ação mais cara, mas aproveitaria uma nova guinada do mercado interno e a contínua ascensão da classe C.
A carteira conservadora ficou com BVMF3, Telefonica VIVT4, CIEL3, NATU3 e UGPA3. Também a mesma do mês anterior. Ainda há espaço para NATU3? Não sei.

Selic a 9%: vale a pena investir no Tesouro Direto?

Todo mundo fala que os juros brasileiros são exorbitantes, os mais altos do mundo e assim vai. Pelo menos pra nós, não é bem verdade.
Temos de descontar 0,1% para o Tesouro e 0,3% para a CBLC. Na maioria das vezes, mais 0,2% para a corretora. Só aí já foram 0,6%. Sobraram 8,4%. Daí temos de pagar o Imposto de Renda - na melhor das hipóteses é 15%, quando ficamos com o dinheiro investido por mais de dois anos. Daí só resta 7,1%. Com inflação de 6%, ficamos com 1,1% de ganho real. E ainda continuaremos ouvindo que estamos com os juros mais altos do mundo. 1,1% para um risco considerável: não nos esqueçamos que temos um governo de esquerda no poder, que inúmeras vezes flertou com o calote da dívida e cuja fome por recursos parece insaciável. E um governo que acredita que níveis de inflação mais altos são bons. Precisamos de mais algum tempo para realmente acreditarmos que nosso título público é um investimento livre de risco.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ibovespa a 1 milhão de pontos em 2047

Nos EUA, o crescimento econômico histórico é de 3% ao ano, enquanto das ações é de 5% ao ano. A diferença se dá pelo pagamento dos dividendos e pelo comportamento superior das empresas mais negociadas. Se supormos um crescimento das ações, real, de 4% ao ano e uma inflação de também 4% ao ano, temos uma taxa de crescimento nominal de 8% ao ano. Nesse ritmo, levaremos mais 35 anos para chegar aos um milhão de pontos. Em 2047.
Curioso pensar que é o mesmo tempo que um homem precisa para se aposentar no Brasil.

Ibovespa a 100 mil pontos: quando?

O mais simples cálculo é somar a taxa de inflação do ano com o crescimento real do PIB. Se a inflação continuar a 6% ao ano e o crescimento estiver em torno de 4% ao ano, temos uma taxa de crescimento nominal vegetativo das empresas de 10% ao ano. O Ibovespa deve refletir tal taxa.
A 10%, o Ibovespa chega a 100 mil pontos em meados de 2016, durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Num cenário baixista, se a inflação se reduzir para 4% e o crescimento ficar em 2%, a taxa de crescimento vegetativo é de apenas 6% e, nesse caso, só na Copa do Mundo de 2018 chegaremos aos 100 mil pontos.
Mas as empresas podem ir bem melhor do que a economia brasileira, podem descolar, seja pelo desempenho superior aos seus pares ou por acompanhar outras economias que crescem mais rápido, como a chinesa. Num cenário altista, crescendo a 10% em valores reais e levando em consideração uma inflação de 5%, teríamos uma taxa de crescimento nominal de 15%. Já no final de 2014 chegaremos próximos aos 100 mil pontos.
Claro que, no mundo real, teremos muita volatilidade e essas tendências não dizem muita coisa. Mas ajudam a pensar.

Forex vale a pena?

Forex vale a pena? É a pergunta que muitos se fazem. Respondo:
Sim, vale:
i) se você estiver trabalhando com uma corretora séria.
ii) se fizer parte de uma estratégia de investimentos em que o forex é somente uma entre várias opções.
iii) se você trabalhar com alavancagens baixas (2, 5, 10, 20).
iv) se você investir em spreads entre pares e na correção de exageros e desvios do mercado.
v) se você acompanhar o mercado diariamente.

Não, não vale:
i) se você quer ficar milionário com forex e alavanca todo seu dinheiro.
ii) se você estiver com uma corretora que te sacaneia o tempo todo.
iii) se você usar alavancagens altas (50, 100, 200, 500).
iv) se você é teimoso em suas estratégias fundamentalistas ou técnicas.
v) se você é desleixado e é do tipo que não cuida atentamente de suas plantas, pets e filhos.

Carteira da Ativa para 05-09/03/12

A corretora sugere ALLL3, LAME4, BVMF3, TOTS3 e BISA3. A Totus e a ALL já estavam na carteira e foram mantidas. São ações caras, lembremos, com P/L acima de 30, mas de empresas boas. LAME4 e BISA3 apostam na percepção de um impulso na economia interna pela queda dos juros na quarta-feira. Também pela queda, BVMF3, supondo que as pessoas vão migrar da renda fixa para a variável.
Carteira interessante, mas para o curtíssimo prazo.

Equipamentos para agricultura de precisão

Também em reportagem no programa PEGN. O solo de uma fazenda é mapeado, em seus nutrientes, e a correção é feita de acordo com a real necessidade do solo em casa seção. Deve ser comum em outros países, mas é especialmente importante no Brasil, com tantos solos fracos e com o preço dos insumos mais altos do que em outros países.

Indústria de suplementos alimentares dá lucro?

Saiu reportagem no programa PEGN, de 04/05/12, sobre os suplementos alimentares. Há vários prós e contras que não foram explorados. Do lado favorável, a demanda em expansão, seja por causa do envelhecimento das pessoas, do aumento do poder aquisitivo ou da preocupação com a saúde. Também do lado pró é que pode ser uma microindústria e as margens de lucro são altas.
O lado contra, no entanto, é extenso. Os canais de distribuição são obtusos, há necessidade de farmacêuticos e a conquista da reputação, necessária, é lenta.

A receita keynesiana de Dilma à Europa

Dilma tem repetido ad nauseum a receita keynesiana para a crise internacional. Fala como se tivéssemos imunes à crise e achado uma solução fácil. O crescimento do Brasil é medíocre, deveríamos lembrá-la. E para aumentar os investimentos, como prega, tem enfrentado obstáculos duríssimos. Do jeito que ela fala, até parece que tropeçamos em auto-estradas, nos perdemos em aeroportos enormes, temos linhas de trem-bala ociosas e portos eficientes. O país de renda média com maior deficiência em infra-estrutura querendo dizer que a Europa tem de investir. É gozação total, não dá para levar a sério.
Os governos europeus não investem por motivos semelhantes ao brasileiro. A carga tributária já é enorme e comprometida com gastos sociais e improdutivos. A dívida pública dá pouca margem para trabalhar no curto e médio prazo.
Desprezar a dívida pública e chutar o balde no curto prazo é o que todos têm medo e ninguém quer se aventurar. Nem o Brasil. Porque o resultado é conhecido de todos: taxas de juros elevadas, para cobrir o maior prêmio de risco da dívida soberana, e comprometimento ainda maior das receitas no dia seguinte.
Um verdadeiro heterodoxo extremo simplesmente imprimiria moeda e gastaria pelo governo. O único país que na prática faz isso é os EUA, que detém a moeda internacional. O resto do mundo não dispõe desse luxo e a bagunça institucional que gera ninguém quer experimentar. A inflação é a principal marca desse método, que da início à derrocada das instituições de um país e pode culminar em governos fracos e anti-democráticos.

Mais um escândalo de manipulação de resultados: o caso húngaro

Há quatro dias, um dirigente de futebol húngaro se jogou pela janela de seu prédio, decepcionado com o envolvimento de jogadores de seu time da segunda divisão na manipulação de resultados.
A corrupção entre jogadores é dolorosa para o torcedor do time. Você paga um ingresso caro, acompanha as notícias, investe emocionalmente, compra camisas, bandeiras e canecas. E nem sabe que parte daqueles que você apoia irão entregar os jogos por pequenas quantias. No caso húngaro, os valores envolvidos variavam de 500 a 2.500 euros.
Por vezes se culpa a indústria de apostas. Mas isso é o mesmo que culpar a indústria automotiva e as joalherias pelos roubos de carros e joias. A indústria de apostas esportivas só perde com a corrupção dos jogadores: quem irá apostar no desempenho de um time se você não tem conhecimento do que acontece por baixo dos panos?
Punir os corruptores (os ativos, os apostadores), no caso das apostas, é difícil. A maioria deles vive na Ásia e, como os negócios de apostas são internacionais, é muito complexo enquadrá-los na justiça. Bem mais fácil é punir, com rigor e agilidade, os jogadores que se deixaram corromper, banindo-os do esporte. É o mínimo de respeito aos torcedores.

domingo, 4 de março de 2012

Oitavas da Champions 2012 jogos de volta: prognósticos

Volta de favoritos? A supremacia do Barcelona contra o B.Leverkusen deve continuar (1.12). Real Madrid não vai dar moleza pro CSKA (1.12). B. de Munique deve jogar pra valer e faturar o jogo contra o Basel (1.25). Os portugueses do Benfica ganham dos russos do Zenit (1.61). E cai o mito grego do Apoel perante o Lyon (2.40). Uma múltipla desses 5 jogos paga 6.13.
Três jogos são difíceis. Como saber como jogarão Arsenal e Milan depois de um 4x0 do time melhor? Será que o plantel desanimado de craques da Inter passará pelo Marselha? O modorrento Chelsea de 2012, depois de queda do técnico, ganhará do embalado Nápoles? Reservemos esse jogos para as apostas ao vivo. Quem não quiser esperar, opte por Nápoles ou empate (2.0), Milan para se classificar (1.01), Inter ou empate (1.25).

Quem ganha: Santos ou Corínthians?

Fiquem de olho porque a linha de apostas andou. Com muita gente apostando no Santos, a cotação caiu para 1.9, enquanto o Corínthians paga 4.0 - perceba que é mais do que o dobro. Quem quiser arriscar, aposte empate ou Corínthians, 1.8. Eu vou de mais de 1.5 gols, pagando 1.275, aposta conservadora.

sábado, 3 de março de 2012

Em cima da hora: rodada do inglês

Liverpool e Arsenal tem tudo pra ser uma partida equilibrada. Acho que não justifica a cotação de 3.75 para o Arsenal ou 1.72 para empate e Arsenal. Fique de olho em Wigan e Swansea (2.87). O Wigan está desfalcado de seus defensores e é um time ruim. E em QPR e Everton (2.40), pois o QPR está desfalcado de Diakite e Cisse.

ATP Dubai 2012 Final

Quem acompanhou o blog e apostou contra Djokovic se deu bem e faturou 3.5 vezes aposta. Muito mais difícil, no entanto, é um prognóstico para a final de hoje. Jogo equilibrado, Murray 2.10 e Federer 1.72 (Bet365). Melhor abrir uma cerveja e assistir a partida, do que tentar um palpite antes do jogo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

LTN ou LFT?

Saiu na Infomoney, reportagem de Diego Borges sobre a fuga de investidores da LFT. Tombini de fato tem anunciado mais quedas da taxa Selic, para patamares de um dígito. A expectativa subjacente, ao menos em tese, é de que a inflação baixe. Como a atividade econômica vai "mais ou menos", é bem provável que voltemos à meta cedo ou tarde. O país de crescimento bombado ficou para trás, ao que parece.
O problema é que as LTNs já embutiram a queda dos juros e da inflação, como era de se esperar. A LTN com vencimento em 01/01/2013 rende apenas 9,3%, apostando numa queda rápida da Selic ao longo do ano. Com vencimento em 01/01/2016, o rendimento é de 10,8%. Penso ser esse o melhor negócio. A NTN-B (IPCA) com vencimento em 15/05/2015 paga somente 4,4% — uma projeção de inflação embutida em torno de 6%.
Às crises dos anos 90 respondíamos com taxas de juros altas. Às crises recentes, a regra é baixar as taxas de juros. As taxas de juros brasileiras só aumentarão se o crescimento bombar novamente. Não vejo espaço para taxas de crescimento de 6% a 7%, que poderiam impulsionar a inflação.
Sempre existe o risco da inflação sair do controle razoável. Aconteceu na Argentina, pode acontecer por aqui. Mas é um processo relativamente lento, que não comprometeria radicalmente os ganhos com as LTNs.

Carteira da Socopa de março de 2012

Socopa alterou 4 das 5 ações recomendadas. Só manteve a VALE5. Há duas razões boas para tal manutenção: os bons múltiplos da empresa e o valor relativamente baixo do minério de ferro, que não reagiu pari-passu a outras commodities como o petróleo.
Foram retirados LAME4 e ECOR3, provavelmente por medo de que nossa economia engasgue. Também saiu OGXP3, para entrar PETR4. Continuam apostando no petróleo, mas num palpite de que haverá mudanças na condução da estatal. E continuam em posição firme nas empresas de Eike, pois incluíram MPXE3, sugerindo a existência de futuras sinergias com a EON.
Mantiveram sugestão no setor de bancos, mas trocaram BBAS3 por ITUB4. Uma troca sutil que provavelmente não terá muito impacto nos ganhos da carteira.
A novidade é uma construtora, a EVEN3. Em meio a rumores de crise entre as construtoras, mesmo diante de lucros, é uma aposta quiçá arriscada, pois problemas em uma única empresa da área podem arrastar o setor inteiro para baixo.

Quem leva a Libertadores 2012?

Quem ganhará a Libertadores 2012? Quais as probabilidades de ser campeão?
As apostas estão entre Corínthians (pagando 8.0, Bet365), Boca Juniors (9.0), Velez Sarsfield (9.0), Fluminense (10.0), Santos (11.0), Internacional (11.0), Flamengo (13.0). Cada time tem uma chance aproximada de 10% de ser campeão.
Correm por fora, com probabilidades menores de 5% de vencer, o Vasco (21.0), os argentinos Godoy Cruz (19.0), Lanus (26.0) e Arsenal (29.0), o Universidad de Chile (21.0) e o uruguaio Nacional (21.0).
Os times argentinos estão muito equilibrados e é difícil justificar tamanho favoritismo, entre eles, em prol do Boca e do Velez, em minha modesta opinião. No Brasil, mesmo tendo um excelente plantel, o Inter não tem provado no Gaúcho que pode transformar bons nomes em bons resultados. O Flamengo de hoje é um time irregular e irregularidade na Libertadores não é perdoada na fase de mata-mata.
Uma aposta nos favoritos poderia combinar Corínthians, Santos e Fluminense. Quem quiser buscar uma zebra, distribua o dinheiro entre Vasco, Godoy Cruz, Lanus, Arsenal e Universidad de Chile.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Vou de euro?

Desde maio de 2011, quando alcançou 1,48 USD, o euro vem desabando por causa da crise europeia. Chegou ao fundo na primeira quinzena de janeiro, em torno de 1,26 USD. Depois se recuperou por conta do prometido pacote de ajuda aos gregos. Hoje está em 1,33 USD.
Os analistas projetam que irá cair, ao final de março, para 1,26 a 1,28 (Morgan Stanley), até 1,15 USD no final do ano. Em princípio, haverá relaxamento monetário e depreciação cambial, dirigidos pelo banco europeu. Difícil é ver isso em operação. Os europeus são muito mais rígidos do que norte-americanos quando o assunto é explorar a ilusão monetária. Nesse sentido, fazem lembrar os japoneses.
Atualmente, os traders estão concentrados em operações no par EUR/USD. Quatro vezes mais posições abertas nesse par do que em USD/JPY (Oanda). Duas vezes e meia mais popular do que AUD/USD, o segundo par com mais seguidores.
O mercado, no entanto, encontra-se dividido no mesmo par: 43,3% são posições compradas e 56,7% são vendidas. Uma leve preponderância em prol da crença que o euro irá se depreciar.
Sem alavancagem e visando o longo prazo, sugiro acompanhar os prognósticos e ficar vendido. Com alavancagem, para o curto prazo, a situação é bem mais complexa. Os estímulos podem demorar para vir, as exigências para a Grécia serão alvos contínuos de debates e a potencial crise italiana está fresca na memória de todos. Fique de olho e aproveite rebotes de mini-crises.

ATP Dubai

Os favoritos chegaram às quartas-de-final. Tenho minhas dúvidas no desempenho do Djokovic, que sofreu para passar do ucraniano Stakhovski. Fiquemos de olho nas cotações ao vivo. Se o jogo do sérvio não se firmar, creio que Murray pode destronar o primeiro do ranking. Eles já jogaram 11 vezes, com sete vitórias de Djokovic e quatro de Murray. A cotação dará como favorito o sérvio.

Uma economia eclética é possível?

Pergunto-me ao longo dos anos quando verei algum avanço em direção a uma metodologia econômica que contemple o ecletismo ou o pluralismo. Hoje em dia é pecado transitar conceitos de praias heterodoxas para campos ortodoxos e vice-versa.
Sabemos que a ortodoxia não leva a sério o suposto rival heterodoxo. Como se considerasse a heterodoxia uma economia de segunda divisão de campeonato. Não leem as propostas e as ideias, mas sendo assim perdem uma boa chance de sorver criatividade. A heterodoxia é mais criativa e assim deve seguir, pois essa é uma vantagem de sua própria metodologia, não tão amarrada e entijolada quanto a ortodoxa.
A heterodoxia é um time pequeno, uma Portuguesa, um América mineiro ou carioca. Quando muito, um Botafogo ou um Palmeiras, os menores entre os maiores. Ilusões de grandeza não caem bem. O melhor é se contentar com recursos parcos, profissionais em menor número e estabelecer um bom foco. Mais do que perder tempo se opondo à ortodoxia, detratando verbalmente o adversário, seria mais produtivo avançar em novos conceitos e metodologias diversas, treinando seus jogadores de base para um bom desempenho acadêmico e menos palavrório.