terça-feira, 5 de março de 2013

Apego ao lucro e o underbetting

De repente você se dá conta que está batendo seus recordes. Sua sequência de vitórias não pode mais ser contabilizada pelos dedos de suas mãos. O valor de sua aposta típica é o mais alto no ano. As apostas parecem cada vez mais fáceis. Com frequência você se loga apenas pelo prazer de ver seu saldo polpudo.
Súbito, você sente medo. Queria permanecer no estado de graça das estrelas vitoriosas para o resto de sua vida. Mas sabe que tudo é passageiro e o amanhã pode ser muito diferente. Sua mente trava, as ideias não fluem mais como antes. O teclado numérico fica pesado e você começa a questionar se o valor de sua aposta é mesmo o mais correto. Sua cabeça se perde, você se desconcentra na busca pelas apostas mais favoráveis e perde tempo com devaneios diversos. Ao invés de buscar notícias que possam te ajudar, perde tempo buscando passagens aéreas para o Caribe. Quando assiste aos jogos, não fica de olho na bola, mas deixa sua vista vagar no horizonte a procura do que fazer com tanto dinheiro que você ainda não ganhou. Você sofre uma derrota, fica alerta de novo mas se sente como um náufrago no oceano, impotente e enfraquecido. Passa a adiar novas apostas e entra num quadro de underbetting: faz um volume de bets inferior ao ótimo.
Sair do underbetting não é fácil. Não basta simplesmente aumentar, à força, o volume de apostas, pois nesse caso você foge do equilíbrio e cai no overbetting. É preciso restaurar o equilíbrio emocional, buscar disciplina e definir métodos que tornem explícito o enquadramento ou não de uma aposta.

O Ciclo Confiança-Derrota

A psicologia das apostas esportivas, como todos sabemos, é muito complexa. A frequência variável de apostas é um dos fenômenos mais difíceis de administrar.
Em tese todos nós sabemos que você só pode escolher as melhores oportunidades para ser lucrativo. Precisa selecionar o joio do trigo. Apostadores iniciantes demoram a aprender isso, porque o prazer de apostar dificulta a decisão de omitir uma aposta. Mas o problema de overbetting também afeta os mais experientes. Mesmo conhecendo o problema, ele ataca de forma sorrateira.
Você é experiente e escolhe cuidadosamente suas apostas, prévias ou ao vivo. Já provou ter lucro consistente várias vezes seguidas e sabe que tem de zelar por seu lado emocional. Você está numa sequência longa de vitórias e aos poucos, sem notar, começa a ter confiança exagerada e aposta em muito mais jogos do que deveria. Se você tiver sorte, a aleatoriedade não te trará nem lucros nem prejuízos e você lembrará das pedras do caminho dourado. Se tiver azar, você pode perder vários jogos seguidos, surtar, tentar caçar os resultados (chase) ou apelar para martingales, levando-o a ruína rapidamente se não for capaz de se recobrar a tempo. Você precisará de serenidade para conseguir, mesmo no campo negativo, selecionar apenas as boas oportunidades. Meditação e um reforço no raciocínio analítico são como canja de galinha: talvez não curem sua doença, mas por certo não vão piorá-la.
Monitore-se e crie um sistema de alertas emocionais. Só os números podem ser enganadores. Você precisa perscrutar sua alma para construir uma solidez positiva.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Carteira recomendada para março de 2013

 As mudanças feitas para o ano, pelas corretoras, surtiram efeito. Todas venceram o Ibovespa em fevereiro. As estratégias são as mesmas: aposta no mercado interno e fuga das blue chips desbotadas.
A Ativa continua pouca ativa: LREN3, CSAN3, ITUB4 e VALE5 continuaram e só entrou BRML3. A Santander também fez uma única mudança, tirando KLBN4 para abrir espaço para CSAN3, além de PCAR4, KROT3, EVEN3 e VALE5.
A Souza Barros tirou LREN3 e CCRO3 e está com AMBV3, ARTR3, ITUB4, TOTS3 e RENT3. O interessante é que as ações que aí saíram entraram na carteira da Planner, junto de SMTO3 e das que ficaram do mês anterior, MULT3 e TAEE11. Lembremos que as sugestões da Planner tem sido ruins já há algum tempo. E CCRO3 também está na carteira da SLW, que também começou mal o ano. Pelo menos tirou a Petro e rol de ações não está mais tão feio: além da concessionária, AEDU3, RAPT4, NATU3 e BRFS3. Mas fique de olho: outras duas corretoras tiraram a faculdade de suas listas. A Bradesco a excluiu, junto de Tim e Cosan, para formar uma carteira de BVMF3, ABCB4, RADL3, DIRR3 e HYPE3. E a XP, cada vez mais influente pela ação de seus soldados, também. A XP está com PDGR3, SBSP3, FJTA4, BBRK3 e CGRA4. As escolhas da XP são, muitas vezes, ilíquidas, mas se bem coordenadas podem dar certo.
A carteira da Citi, que também tem sua cota de influência, ficou no feijão com arroz (CCRO3, EVEN3, ITUB4, TIMP3, AMBV4). É a única que manteve a telefônica dos avatares. Uma decisão corajosa, porque a intervenção governamental ainda não parece ter terminado. E foi curiosa a troca de Bradesco por Itaú. A entrada da Ambev não vejo com bons olhos: parece que o melhor momento se foi.
Temos ainda as carteiras da Geração Futuro (ITUB4, KROT3, CIEL3, UGPA3 e LREN3) e da Octo (BRML3, BBDC4, SUZB5, VALE5 e BVMF3). Na primeira, chama a atenção a corajosa saída da Vale, opção acertada pelo que se viu nos dois primeiros pregões do mês das águas. Depois da derrubada paulatina da Petro e dos X talvez tenha chegado a hora da Vale. E não entendo as justificativas para apostar na BM&F.
Em relação as carteiras que não são divulgadas no Valor Econômico, mas no Infomoney, vale repassar as sugestões da Rico: VALE5, SUZB5, HBOR3 e BRML3, além de quatro papéis direta ou indiretamente ligados ao mercado financeiro: BVMF3, VLID3, ITUB4 e BBDC4. Uma aposta no mínimo estranha, pois, como sabemos, o impacto aguardado da Selic nessas empresas é bastante distinto.
Na carteira da Omar Camargo, chama a atenção a coragem de sugerir VAGR3. O resto dos papéis está em linha com outras corretoras. Por fim, na Geral, só foram trocadas ALSC3, NATU3 e LEVE3, abrindo espaço para AMBV4, ABRE11 e BRML3.