sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Aprenda a não apostar

Apostas frequentes criam o hábito de apostar. Na melhor das hipóteses nos tornamos apaixonados pelas apostas esportivas, que nos trazem muitas felicidades. Na pior das hipóteses viciamos e insistimos em nossos palpites mesmo em fases ruins. Para sermos bem sucedidos é preciso que nos aprimoremos na arte de não apostar.
Há jogos que não acontece nada de atípico. O juiz não está roubando pra ninguém, as cotações realmente refletem as forças dos times. Não chove nem faz muito frio. Os jogadores não estão nem muito nervosos nem muito relaxados. Os chutes ao gol ocorrem de acordo com a probabilidade que esperaríamos. O futebol parece ser meramente um evento aleatório dentro de bandas previsíveis de probabilidades. Nesse caso a perda é certa no longo prazo, porque o computador ganha da gente.
Um bom exercício é sempre procurar decidir se vale a pena ou não apostar. Ao invés de pensar em perdas e ganhos, devemos pensar em apostas e não apostas. O objetivo é aumentar a lucratividade e a taxa de acerto e isso exige que você saiba não apostar.
Não apostar é vencer. Além dos jogos em que você não deve apostar porque as cotações refletem muito perfeitamente o que está acontecendo e a comissão implícita corrompa sua lucratividade, você deve aprender a intuir jogos que parecem ser surpresas do destino, eventos ilógicos. Só com intuição isso é possível. O raciocínio frio e calculista não permite investigar as obras do acaso. É preciso mágica, sensibilidade e sabedoria.
Se você aposta por mera diversão — o que é algo raro, porque a maioria dos apostadores aposta para vencer, unicamente — vai ser difícil segurar a vontade de fazer a aposta, afinal, assistir um jogo sem ter feito apostas perde a graça. Para nos divertirmos, é preciso apostar, pagar algo, como qualquer outro lazer. Mas quem almeja o profissionalismo terá de lidar com a abnegação do divertimento. É preciso reconhecer que para ganhar nem sempre a gente pode se divertir o tempo inteiro. Muitos jogos teremos de ficar de fora, como meros espectadores desmotivados, para continuar nossa luta contínua de aprendizado e busca pela maestria nos prognósticos esportivos.
Não só a diversão precisa ser controlada no caso dos apostadores profissionais. Também é preciso dominar a ambição e a auto-estima muitas vezes elevada nas fases positivas, bem como a depressão e a auto-estima baixa nas fases negativas. Emoções extremas, fora de equilíbrio, tanto para cima como para baixo, produzem danos no percentual ótimo de jogos que devemos apostar. Muitos, quando estão perdendo, querem correr atrás do prejuízo e apostam demais. Outros, quando perdem, desanimam e se afastam, crendo não ser possível bons resultados. O mais frequente parece ser o primeiro caso, que é terrível, pois leva a falência rapidamente o jogador que está em uma fase ruim e que quer apostar volumes cada vez maiores em frequências mais rápidas para afastar a fase ruim e voltar ao estado positivo.
O percentual de entrada ótimo de apostas também é afetado quando estamos em uma fase boa. Com medo de perder a lucratividade e voltar a um ponto anterior, costuma-se protelar as apostas e perdem-se boas oportunidades. Por outro lado, há jogadores que a vitória traz a sensação de superioridade e a confiança de que não irão perder mais, o que provoca apostas em quantidade excessiva.
Enfim, saber não apostar é algo que precisa ser trabalhado com atenção e zelo. Mas é o segredo dos profissionais. A curva de aprendizado dessa habilidade é longa para a maioria das pessoas. Não deixe de refletir sobre o assunto e de começar a aprender o quanto antes.

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