terça-feira, 21 de agosto de 2012

Comentários sobre o resultado de julho de 2012 e melhor título para setembro de 2012

O Tesouro publicou, em 15/08/2012, o resultado do mês de julho. Não há mudanças radicais, mas quando comparamos com o resultado de passados três meses é possível notar alguma alteração. O público tem preferido prazos mais longos — 65% tem comprado títulos com prazos superiores a 5 anos. Sempre suspeito que as pessoas não tem noção dos riscos que estão incorrendo. É difícil acreditar que esse alto percentual de investidores realmente pretende deixar os títulos vencerem normalmente. Mais provável é que muitos estão seduzidos pelas tabelas de rentabilidade, que costumam ser mais acentuadas, para cima e para baixo, nos títulos de prazos longos.
A preferência pelos títulos indexados à inflação caiu de um patamar em torno de 65%, durante o primeiro semestre, para 61,7% em agosto. Tal movimento é, talvez, fruto da queda da rentabilidade bruta em espaços de tempo curtos em junho e julho que motivaram mudanças no comportamento do investidor que baseia suas decisões exclusivamente na rentabilidade passada imediata. Como em agosto as NTN-Bs não tem reagido, é provável que o percentual caia ainda mais na próxima divulgação.
No mercado de juros futuros, o contrato de maior liquidez, janeiro de 2013, ficou em 7,30, enquanto o de janeiro de 2014 fechou em 7,89 e janeiro de 2017 em 9,29. Comparando com a primeira semana de julho é interessante notar que a amplitude aumentou: agora temos quase dois pontos percentuais entre quatro anos, enquanto antes tínhamos 1,7. Não há grandes mudanças no teste do piso: o mercado continua apostando em 7,25. Eu vejo espaço para maiores baixas e piso em 7,0. O governo quer recuperação rápida, mesmo se for irresponsável. Nesse cenário, as NTN-Bs podem continuar sendo um bom negócio.
Comparando a NTN-F de 01/01/23 e a NTN-B teórica com vencimento igual, teríamos 10,03% contra 4,20% e uma inflação implícita de 5,77%, bastante alta ao nosso ver, embutindo um grau de incerteza forte.

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