quarta-feira, 4 de julho de 2012

Melhor carteira recomendada para julho de 2012

O Jornal Valor Econômico divulgou a carteira recomendada de nove corretoras para o mês de julho de 2012. Qual será a melhor delas? É quase impossível dizer, porque são muito parecidas. Mas há aquelas mais conservadoras e outras mais arrojadas, mais fundamentalistas ou mais técnicas.
Sempre tenho simpatia pelas carteiras da Ativa, geralmente pouco especulativas. Para julho, veio defensiva, com VALE5, ITUB4, AMBV4, CPLE6 e CCRO3. Semelhante foi a sugestão da Geração futuro: VALE5, ITUB4, CPLE6, GUAR3 e POMO4, uma carteira com um pouco mais de tempero. É difícil saber se a Marcopolo ainda tem fôlego para continuar subindo (32,4% em 2012) — o P/L de 12,2 indica que sim. A Guararapes é uma aposta, pois não bombou como suas concorrentes e pode ser a bola da vez.
Há semelhanças, também, na carteira da Citi (VALE5, MRVE3, TIMP3, MDIA3, CCRO3) e da Octo (VALE5, MRVE3, BBDC4, CMIG4, BRML3). As construtoras não conseguirão reviver a fase áurea, mesmo assim a MRV tem múltiplos muito atrativos perto de seus pares. Em números, é similar a PDG Realty, presente na sugestão da Planner (TIMP3, PCAR4, CMIG4, VALE5 e PDGR3). A Tim continua em destaque pelos planos de expansão bem sucedidos. Cemig é, como sempre, uma boa escolha defensiva. Os múltiplos do Itaú e do Bradesco são muito parecidos, mas as ações do Itaú são mais voláteis. Ambas continuam sob o risco de intervenção governamental no mercado de produtos bancários.
Pão de Açúcar também está presente na carteira da Santander (GGBR4, PCAR4, KROT11, CCRO3 e MULT3) e na SLW (PCAR4, ELPL4, DASA3, PMAM3, GETI4). É uma ação do tipo promessa irracional, que não deslanchou mas que não está barata. Sugerir Eletropaulo, as vésperas da revisão tarifária (que reduziu 10% o valor da ação), foi no mínimo uma decisão imprudente, piorada ao colocar junto na carteira a AES Tietê, do mesmo grupo. Se isso não bastasse, a SLW decidiu apelar para o heroísmo e tentar ressuscitar a Paranapanema. A carteira da Santander chama a atenção pela presença de Kroton e Multiplus, que só se justificam por análise técnica, pois já estão com múltiplos caros e há risco de realização de lucros dos investidores. Também é a única corretora que sugere Gerdau ao invés de Vale, talvez pelo desempenho gráfico em 2012.
No lado das corretoras prudentes, está a Souza Barros, com AMBV4, CCRO3, CMIG4, ODPV3 e CRUZ3. Souza Cruz não é uma recomendação popular, mas seu desempenho na bolsa tem sido impecável nos últimos anos. Situação parecida é a da Odontoprev. Não são ações baratas, mas devem segurar seus preços tranquilamente durante o mês. O interessante dessa carteira é o baixo risco de intervenção governamental nos negócios e de dependência externa. Não há commodities, bancos ou construtoras.
Como sempre, a carteira mais esquisita é da XP (UGPA3, BRFS3, SULA11, CSMG3, OHLB3). A sugestão da OHL é interessante, porque custa metade do preço (nos múltiplos) de sua concorrente popular CCR. Sul América é uma aposta arriscada, porque a competição no setor não dá tréguas. Ultrapar está num setor delicado, sob os olhos do governo. E a Brasil Foods, em certo grau dependente do mercado externo, não está em um bom momento.
Enfim, me parecem responsáveis e maduras as carteiras da Ativa e da Souza Barros.

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