sábado, 11 de janeiro de 2014

Carteira recomendada: o que é

Essa é uma dúvida comum de estudantes e pessoas que estão iniciando sua participação no mundo dos investimentos. O uso corriqueiro da palavra carteira remete ao lugar em que colocamos nosso dinheiro e nossos documentos pessoais. Na teoria dos investimentos, carteira corresponde ao conjunto de papéis (opções de aplicação financeira) que um investidor escolhe para ter consigo. Na prática, você pode imaginar a figura de alguém que compra ações de empresas e de fato as guarda em alguma parte de sua carteira.
Note que a carteira remete a ideia de algo que se guarda várias coisas ao mesmo tempo. Portanto, incorpora a noção de investimentos diversificados. Ninguém investe em uma única ação, mas em várias simultaneamente. Para quem quiser um termo alternativo, pode-se pensar em uma cesta de ações.
Durante anos os teóricos pesquisaram qual seria a melhor combinações de ativos (outra palavra para designar diferentes opções de investimento) para maximizar os lucros, os ganhos, do capital investido. Assim como cores ou pessoas, algumas ações não combinam umas com as outras, enquanto outras ficam melhores lado a lado. Isso é refletido, sempre, lembrando de uma hipótese central nas finanças, da aversão ao risco das pessoas e da relação entre risco e retorno. Você só aceita maior risco em suas aplicações se você for premiado com um retorno maior.
Em busca da carteira ideal, os analistas procuram combinar as ações a fim de aumentar o retorno esperado e reduzir o risco. Você pode neutralizar o risco, por exemplo, comprando ações de empresas que possuem betas positivos ao lado de ações com betas negativos. Traduzindo, você compra uma ação que acompanha os movimentos do mercado em geral e outra cujo comportamento é inverso a tais movimentos. É como se um movimento neutralizasse o outro e assim reduzisse o risco.
No Brasil as carteiras recomendadas, em geral, deixam em segundo plano, na maioria das vezes, o risco. O foco está no maior retorno. Isso significa que com frequência podem optar por ações que oscilam bastante seus preços, mas que oferecem bons retornos potenciais.
O termo carteira recomendada, no dia a dia, está mais associado ao mercado de ações. Mas pode ser utilizado de modo mais geral, como dissemos nos parágrafos introdutórios, para as demais opções de investimento de um investidor. Em nossas terras, o termo é aplicado também à renda fixa e ao tesouro direto, para designar o tipo dos títulos públicos preferíveis em dado momento do tempo, tendo em vista as condições gerais da economia. Por último, pode ser mencionado quando se quer discutir quais os percentuais melhores de se destinar o capital poupado para cada opção de investimento, lançando fórmulas como a de 1/3 imóveis, 1/3 renda fixa e 1/3 ações.
Por último, vale observar o termo está associado muito mais a investing do que trading, ou seja, a investir e não a especular. Carteira remete a ideia de "carregar" um papel, uma ação, ao longo do tempo, mais do que a noção de alguém que rapidamente detém o papel com o intuito de vendê-lo, oportunamente, a um preço superior. Não há nada de errado em especular com ações, ou seja, explorar suas variações de preço de curto prazo, mas vale destacar que tal uso das ações não tem nada a ver com a concepção de carteira.
Em síntese, em uma única frase, carteira recomendada é um conjunto de opções de investimento recomendáveis por determinado tempo.

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