quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Dicas para uma boa aposentadoria

Seguem algumas dicas importantes:

1- Tenha ciência de que as pessoas vivem cada vez mais. A maioria das pessoas conhece essa tendência, mas não nos custa repeti-la, porque se trata da primeira coisa que alguém que planeja se aposentar deve ter em mente.
2- Não se esqueça que as mulheres vivem bem mais do que os homens, de 5 a 7 anos.
3- Lembre-se que toda a expectativa de vida é uma média. Podemos viver mais ou menos. Procure avaliar sua genética, por meio de exames de DNA que revelem a propensão a doenças (que se tornarão mais baratos e comuns), pesquisa entre seus familiares e testes laboratoriais que indiquem sua propensão para doenças mais comuns, como diabetes e pressão alta.
4- Os custos de vida na aposentadoria não são necessariamente mais baixos. Embora você vá economizar com gastos que você tinha apenas quando trabalhava, como o estacionamento próximo do trabalho, as roupas especiais, os gastos com deslocamento e os serviços que tinha de contratar porque não tinha tempo pra fazer, como jardinagem ou limpeza da casa, por exemplo, na idade avançada a demanda por serviços fica ainda maior. Talvez você precise contratar um motorista, por exemplo, e os serviços domésticos que você começou a fazer logo após a aposentadoria tornam-se impossíveis de serem realizados poucos anos depois. Mas a maior dificuldade das pessoas mais velhas é com os gastos com saúde. É difícil calcular se vale a pena tomar um remédio mais caro ou fazer alguma cirurgia que o plano de saúde não cobre. O resultado é que as pessoas gastam muito com sua saúde, e cada vez mais.
5- Como os idosos são muito dependentes dos serviços, nas economias em desenvolvimento eles sofrem com uma inflação bem maior do que aquela divulgada pelos índices oficiais. Em geral, nos setores agrícolas e industriais, ao longo do tempo pode-se observar um aumento da produtividade com consequente redução dos preços. Isso não ocorre, no entanto, no setor de serviços. Como não há aumento de produtividade, mas há maiores demandas por conta do crescimento da economia, é natural que os preços subam. Do corte de cabelo à faxina da casa, a contratação de um táxi ou os serviços de um fisioterapeuta, os aposentados sofrem com o aumento dos preços. Muitas vezes os discursos econômicos podem passar a impressão de que tal aumento seja temporário, fruto das más condições da economia. A verdade, porém, é que a inflação dos preços nos serviços é uma tendência. Se você é cauteloso no planejamento da aposentadoria, não se esqueça de considerá-la em suas planilhas.
6- Não se esqueça que você não se aposenta sozinho. A maioria das pessoas possui uma família. Mesmo que você não tenha filhos, ainda deve possuir irmãos e sobrinhos. Com o tempo isso vai mudar, é claro, e teremos pessoas que serão a segunda ou a terceira geração de filhos únicos. Mas via de regra as pessoas convivem com seus familiares, para o bem ou para o mal. Isso significa que eles influenciarão nos seus cálculos e que as planilhas que você digita no teclado de seu computador terão o calor das emoções e a força dos seus genes. Não existe uma conscientização real do quanto você precisará ou usará na aposentadoria sem levar em consideração a situação econômica de seus familiares. Talvez você ganhe uma herança grande, o que invalida sacrifícios no curto e médio prazo. Quiça você seja a pessoa responsável por ajudar filhos e netos em dificuldades financeiras. Dificilmente você conseguirá manter um padrão alto de vida se as pessoas próximas a você do ponto de vista genético e emocional estejam em meio a penúria. Portanto, um bom planejamento conduz a uma avaliação realista das expectativas de renda das pessoas próximas e daqueles que deixarão a vida antes de nós.
7- Saber que o futuro é muito incerto não deve fazer você desanimar ou desistir de elaborar um bom planejamento. A incerteza deve ser usada para aumentar a sua margem de risco e pra ajudar a perceber que não controlamos o futuro como gostaríamos. É preciso persistir nos planos e metas, mas sempre tendo a ciência de que não são exatos, mas referências geográficas para um local de chegada que ainda estamos por fazer e conhecer. A lista de incertezas é enorme: quanto tempo viverei, quanto custará minha vida quando aposentado, por quanto tempo conseguirei manter o meu mesmo nível de ganhos atual que permite tal volume de economias, como meus familiares e pessoas próximas evoluirão ao longo do tempo, como a economia irá se comportar, como serão os avanços da medicina e os preços para uma saúde melhor. Por outro lado, temos uma única certeza: de que cedo ou tarde iremos morrer e de que o dia e hora de nossa morte é imprevisível.
8- Não esqueça as lições básicas de finanças pessoais.
9- A formação de conhecimentos financeiros deve ser contínua e aprofundada no início. A maioria das pessoas faz um planejamento de sua aposentadoria sem ter estudado o conteúdo de finanças de modo suficiente. Quando muito leram um ou outro livro de auto-ajuda financeira em que o suposto especialista ou milionário prometeu o enriquecimento fácil com um pouco de disciplina financeira. Os livros de finanças pessoais mais simples, que são os mais lidos, são geralmente muito ruins. No afã de obter uma grande vendagem nas livrarias, prometem ganhos irreais com a aplicação de fórmulas construídas com eventos que dificilmente se repetirão no futuro. É fundamental que nos primeiros anos de planejamento para a aposentadoria a pessoa se dedique a ampliar seus conhecimentos no assunto. Note que ao longo da vida fazemos isso com muitas coisas: na culinária, alguém nos ensina a cozinhar, assistimos programas de televisão, estamos envolvidos, mesmo que indiretamente, em um aprimoramento contínuo e compramos livros de receitas. Em informática somos forçados a aprender a operar os principais programas e sistemas operacionais e nos obrigamos a nos atualizar constantemente. Na escola, aprendemos conteúdos relativamente aprofundados de disciplinas como português, matemática, física, química e biologia, mesmo sabendo que não serão necessariamente utilizados. No entanto, em finanças pessoais, as pessoas tem preguiça de estudar mesmo que um conteúdo mínimo. Há uma barreira similar ao estudo da matemática, que deve ser superada, porque caso contrário o custo é muito alto. No começo você precisará estudar bastante. Depois de dominado o conteúdo básico, após aprender a entender o balanço de uma empresa aberta, conhecer os indicadores fundamentalistas, saber porque as moedas nacionais oscilam de valor, como acontecem as bolhas de preços de imóveis de demais ativos, como se aplicam os juros compostos e quais são os principais títulos de dívida pública oferecidos no mercado, você precisará apenas acompanhar as notícias, com alguma frequência, e fazer pequenas reciclagens ano após ano para verificar as principais mudanças nas alternativas de investimento.






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