sábado, 12 de maio de 2012

Vídeo locadora dá lucro?

Escuto de muitos amigos que o pior negócio do mundo para se abrir hoje em dia é a vídeo-locadora. A morte das locadoras tem sido prevista há anos, principalmente por conta da pirataria. No entanto, muitas ainda sobrevivem e bradam por lucros. Por certo, aproveitam nichos de mercado que se formaram na última década e que provavelmente sobreviverão nos próximos anos sem dissolução.
Quem aluga filmes hoje em dia? Como são formados os nichos? Aluga filmes quem não os baixa na internet e não os compra em camelôs. Basicamente, o público consumidor é formado por pessoas que não dominam as novas tecnologias digitais, seja por preguiça ou dificuldade de aprendê-las (idosos e pessoas de baixo nível educacional, por exemplo), que buscam filmes difíceis de achar no mercado pirata (filmes de arte ou nacionais), ou que se recusam a piratear. O tamanho desses nichos, no entanto, diminuem ao longo do tempo, tornando a vídeo-locadora um mau negócio. Por que as pessoas ainda assim abrem vídeo-locadoras?
Muitos empresários se deixam seduzir pelos atrativos do empreendimento a tal ponto que são cegados pelas más perspectivas do setor. Isso pode acontecer com todos nós, nas mais diversas áreas. Baixo capital inicial, inexigência de experiência prévia no segmento e possibilidade de trabalhar com o que gosta (poder assistir filmes o dia inteiro, e.g.) encantam qualquer um — mas não a ponto de compensar as adversidades reais enfrentadas.
É imprescindível pensar nos caminhos de longo prazo que um negócio pode percorrer. Se as perspectivas não forem boas, a solução é mudar de área, mesmo se for algo doloroso de efetuar no curto prazo. É preciso tomar cuidado com o discurso de que "é importante fazer o que gosta". O prazer de montar um negócio relacionado com seus hobbies e interesses pode sumir rapidamente e o que fica é o gerenciamento de uma empresa como qualquer outra. Talvez seja melhor separar as coisas, como dizem, e dedicar-se à empresa independentemente de seu apego com o setor ou com os objetos. Por último, a inexigência de experiência só tende a piorar a lucratividade da empreitada, tendo em vista que sempre haverá muitos concorrentes, o que força as margens de lucro pra baixo. Pode ser preferível pagar o preço do aprendizado em um setor que exige experiência para encontrar uma posição de mercado confortável após alguns anos.

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