sexta-feira, 11 de maio de 2012

Muitas emoções nos juros futuros: a surpresa da inflação

Produção em baixa e inflação em alta. Não tínhamos saudades da estagflação, mas ela voltou a se apresentar à casa dos economistas, ainda que tímida. Mantega falou da posição confortável do Brasil, da diferença entre nós e eles (os desenvolvidos). Mas nada comentou sobre nossas especificidades perversas, silenciando sobre nossa inércia inflacionária, indexação e repasse rápido de preços.
De qualquer forma, o IPCA alto produziu uma elevação de apenas 0,2 p.p., trazendo o juros de janeiro de 2013 de 7,99 para 8,01. Maiores impactos nos contratos longos , janeiro de 2014, de 8,42 para 8,51, e janeiro de 2015, de 9,03 para 9,15.
A dúvida, daqui pra frente, é a respeito de nosso câmbio, qual o impacto na inflação de um real depreciado. Se o intervencionismo de esquerda se acirrar, influenciado por ventos austrais, é bem possível que a trajetória do real se firme na tendência a depreciação. Esperemos pra ver se ocorre esse cenário pouco provável, em minha opinião, mas ainda possível, pois Dilma tem demonstrado não ter medo de correr riscos. No cenário mais radical, o piso de 8% ruiria.
O difícil é acreditar em caminho oposto, na força do Banco Central em conseguir impor juros maiores para conter os preços. Claro que o maior crescimento é ótimo politicamente, mas pode ser melhor um pássaro na mão do que dois voando. Nesse caso, crescimento pequeno com a inflação sob controle é quase certo que reconduzirá a mãezona ao palácio. Enfim, Dilma carece de bons assessores político-econômicos.

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