segunda-feira, 5 de março de 2012

A receita keynesiana de Dilma à Europa

Dilma tem repetido ad nauseum a receita keynesiana para a crise internacional. Fala como se tivéssemos imunes à crise e achado uma solução fácil. O crescimento do Brasil é medíocre, deveríamos lembrá-la. E para aumentar os investimentos, como prega, tem enfrentado obstáculos duríssimos. Do jeito que ela fala, até parece que tropeçamos em auto-estradas, nos perdemos em aeroportos enormes, temos linhas de trem-bala ociosas e portos eficientes. O país de renda média com maior deficiência em infra-estrutura querendo dizer que a Europa tem de investir. É gozação total, não dá para levar a sério.
Os governos europeus não investem por motivos semelhantes ao brasileiro. A carga tributária já é enorme e comprometida com gastos sociais e improdutivos. A dívida pública dá pouca margem para trabalhar no curto e médio prazo.
Desprezar a dívida pública e chutar o balde no curto prazo é o que todos têm medo e ninguém quer se aventurar. Nem o Brasil. Porque o resultado é conhecido de todos: taxas de juros elevadas, para cobrir o maior prêmio de risco da dívida soberana, e comprometimento ainda maior das receitas no dia seguinte.
Um verdadeiro heterodoxo extremo simplesmente imprimiria moeda e gastaria pelo governo. O único país que na prática faz isso é os EUA, que detém a moeda internacional. O resto do mundo não dispõe desse luxo e a bagunça institucional que gera ninguém quer experimentar. A inflação é a principal marca desse método, que da início à derrocada das instituições de um país e pode culminar em governos fracos e anti-democráticos.

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